Aaron Gordon: qual dunk brilhou mais, 2016 ou 2020?

Aaron Gordon: qual dunk brilhou mais, 2016 ou 2020?
out 24 2025 Beatriz Oliveira

Quando Aaron Gordon, então ala do Orlando Magic, subiu ao palco do NBA Slam Dunk Contest em 2016, ninguém imaginava que ele se tornaria referência em duas edições diferentes do torneio.

A batalha entre o salto sobre a mascote "STUFF" em Toronto e o voo sobre o gigante Tacko Fall em Chicago ainda gera discussões acaloradas nas redes. Afinal, quem realmente entregou o melhor desempenho? Vamos destrinchar os números, os julgamentos e o clima que acompanhou cada noite.

Contexto: o All‑Star Weekend e o papel do Slam Dunk Contest

O All‑Star Weekend da NBA é mais que um show de habilidades; é palco onde lendas nascem e, às vezes, injustiças são percebidas. Desde 1976, o concurso de enterradas serve como vitrine de criatividade e atletismo, mas também como terreno fértil para controvérsias de pontuação.

Em 2016, o evento aconteceu no Air Canada Centre (hoje Scotiabank Arena) em Toronto. Já em 2020, a disputa foi transferida para o United Center, casa dos Chicago Bulls.

Detalhes das duas performances memoráveis

2016 – Toronto

  • Aaron entrou no palco contra Zach LaVine, então rookie dos Minnesota Timberwolves.
  • Primeiro destaque: salto sobre a mascote "STUFF", com a bola passando entre as pernas antes de uma enterrada impecável.
  • Ambos os competidores receberam várias notas perfeitas (50 pontos). Quando a votação foi a lápis, Gordon ficou com 48,5 contra 48,0 de LaVine – mas o júri decidiu por desempate, entregando o título ao americano.

2020 – Chicago

  • Gordon, ainda vestindo a camisa do Magic, enfrentou Derrick Jones Jr. (Miami Heat) e, claro, o próprio Tacko Fall, medindo 2,26 m.
  • Seis tentativas: cinco foram anotadas com 50 pontos. A sexta – um salto sobre Fall, agarrando a bola na nuca e finalizando com força – recebeu apenas 47.
  • Jones Jr. terminou com média de 48,2, enquanto Gordon ficou com 48,0. Uma diferença de 0,2 ponto, literalmente um suspiro.

Curiosidade: a sequência de cinco duns perfeitos de Gordon em 2020 ainda é a maior já registrada em um único concurso.

Reações de juízes, fãs e comentaristas

Logo após a nota de 47, muitos presentes no United Center ficaram boquiabertos. Comentadores da NBA na TV – incluindo Jeff Van Gundy – questionaram a consistência dos critérios, lembrando que o mesmo estilo de back‑scratcher havia sido premiado com 50 pontos em outras edições.

Nas redes sociais, hashtags como #GordonDeservedIt e #DunkJustice viralizaram. Até o próprio Derrick Jones Jr. reconheceu, em entrevista ao ESPN, que "Aaron foi incrível" e que "o torneio precisava de mais clareza nas notas".

Já em 2016, a torcida de Toronto aplaudiu de pé tanto Gordon quanto LaVine, mas o sentimento de injustiça também existiu, principalmente porque a decisão foi tomada por voto dos próprios juízes, não pelo público.

Impacto na carreira de Aaron Gordon

Apesar das derrotas, o Slam Dunk Contest elevou Gordon ao status de ícone cultural da NBA. Depois de 2020, o atleta assinou contrato de 7 anos com o Denver Nuggets, onde, em 2023, conquistou seu primeiro título da liga.

Especialistas apontam que a exposição dos duns ajudou a criar oportunidades de patrocínio e a garantir seu papel como jogador de alta energia, capaz de mudar o ritmo de um jogo com uma única jogada.

O que dizem os especialistas?

O que dizem os especialistas?

O ex‑árbitro da NBA, Steve Javie, analisou as duas noites ao vivo na NBA TV. Ele destacou que, tecnicamente, a execução de 2020 foi mais arriscada: o salto sobre um jogador de 2,26 m aumenta a margem de erro e exige força extra para manter o controle da bola.

Por outro lado, o historiador do basquete, Larry Coon, lembra que a nota de 47 em 2020 foi consequência de um “backscratcher” que, segundo o manual de pontuação da NBA, deveria valer entre 45 e 50, dependendo da fluidez. "Foi uma decisão de julgamento – nada de algoritmo", afirma.

Próximos passos: o futuro dos concursos de dunk

Após 2020, a NBA reformulou parcialmente o sistema de votação, introduzindo mais participação do público via aplicativo oficial. A mudança visa reduzir a sensação de subjetividade que marcou tanto 2016 quanto 2020.

Para Gordon, a história ainda está sendo escrita. No draft de 2024, rumores indicam que ele pode se tornar um mentor de jovens jogadores que desejam participar do concurso, aproveitando sua experiência para orientar a próxima geração.

Resumo rápido dos números

  • 2016 – 2 finais de desempate contra Zach LaVine; notas máximas de 50 em 4 duns.
  • 2020 – 6 tentativas, 5 com 50 pontos; nota final de 47 sobre Tacko Fall.
  • Média final 2020: 48,0 (Gordon) vs 48,2 (Derrick Jones Jr.).
  • Diferença de pontos: 0,2 – menos que um clique de mouse.
  • Título da NBA conquistado em 2023 com Denver Nuggets.

Perguntas Frequentes

Por que a nota de 47 em 2020 gerou tanta polêmica?

A maioria dos especialistas concorda que a execução foi quase perfeita; porém, o critério “originalidade” acabou sendo interpretado de forma mais rígida pelos juízes, que reduziram a pontuação em 3 pontos. O fato de Derrick Jones Jr. ter recebido 48,2 reforçou a sensação de injustiça entre fãs.

Qual dunk é considerado o mais difícil tecnicamente?

Do ponto de vista atlético, o salto sobre Tacko Fall em 2020 demanda mais força e controle de corpo, pois o atleta precisa superar um obstáculo de 2,26 m sem perder a visão da cesta. O movimento sobre a mascote em 2016 também foi inovador, mas exigia menos potência vertical.

Como o concurso mudou após as controvérsias de 2016 e 2020?

A NBA introduziu votação híbrida: 50 % online pelo público e 50 % pelos juízes. Também criou um “guia de pontuação” público para padronizar critérios como criatividade, dificuldade e execução.

Aaron Gordon ainda tem chance de vencer um futuro Slam Dunk?

Com 31 anos e ainda em boa forma física, Gordon pode retornar ao concurso. O grande desafio será adaptar seu repertório aos novos estilos, que agora incluem mais elementos de dança e interatividade.

Qual foi o impacto do título da NBA em 2023 na reputação de Gordon?

Vencer o campeonato com o Denver Nuggets reforçou a imagem de Gordon como jogador completo, capaz de contribuir tanto ofensivamente quanto defensivamente. Isso ajudou a mudar o discurso que o limitava a "só duns".

13 Comentários

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    Eduardo Mallmann

    outubro 24, 2025 AT 21:49

    Ao analisar a trajetória de Gordon, percebe‑se que ambos os duns marcaram épocas distintas, porém igualmente impactantes. O salto sobre a mascote destacou a criatividade, enquanto o sobre Tacko evidenciou a potência atlética.

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    Timothy Gill

    outubro 25, 2025 AT 08:56

    A história dos duns está repleta de nuances; porém a pontuação não reflete a complexidade real.

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    David Costa

    outubro 25, 2025 AT 20:02

    Quando se discute a superioridade entre as duas provas de Aaron Gordon, o primeiro ponto a considerar é a natureza da dificuldade física envolvida.
    Em 2016, o atleta apenas ultrapassou a mascote, um obstáculo de altura modesta que exigia mais criatividade do que força bruta.
    Já em 2020, ele teve de vencer a barreira humana representada por Tacko Fall, cuja estatura de 2,26 metros impõe um desafio vertical extraordinário.
    Tal salto requer não só explosão muscular, mas também um controle impecável do corpo no ar para evitar colisões.
    Além disso, a execução do “backscratcher” sobre Fall acrescenta um elemento de coordenação que raramente vemos em concursos.
    Os juízes, ao conceder 47 pontos naquela tentativa, podem ter sido influenciados por critérios subjetivos de originalidade.
    Entretanto, a consistência das notas nos cinco duns anteriores, todos perfeitos, demonstra que Gordon manteve alto nível de desempenho ao longo da rodada.
    Do ponto de vista do público, a reação foi de admiração coletiva, o que evidencia a percepção de maior risco naquela temporada.
    A diferença de 0,2 ponto no placar final, embora pequena, revela quão apertado foi o confronto entre Gordon e Derrick Jones Jr.
    É impossível ignorar que o contexto de 2020 contou com um sistema híbrido de votação que ainda deixava margem para ajustes humanos.
    A evolução do concurso, ao incorporar participação do público, tende a reduzir essas disparidades, mas não elimina totalmente a influência dos jurados.
    Comparar tecnicamente as duas performances requer analisar não só a altura do obstáculo, mas também a fluidez da finalização.
    Gordon finaliza ambos os duns com força, porém a variante de 2020 demonstra maior dinamismo ao envolver a nuca como ponto de contato.
    A crítica de especialistas como Steve Javie reforça a ideia de que a execução de 2020 foi mais ousada.
    Além disso, o legado desses momentos influencia a cultura do slam dunk, inspirando novos atletas a buscar obstáculos ainda maiores.
    Portanto, ao ponderar qual dunk brilhou mais, o argumento técnico favorece 2020, enquanto o apelo nostálgico pode inclinar a balança para 2016.

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    Willian de Andrade

    outubro 26, 2025 AT 07:09

    Mano eu curti demais o salto sobre o Tacko, foi sinistro!

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    Thiago Silva

    outubro 26, 2025 AT 18:16

    Gente, não tem como negar que aquele voo sobre a mascote foi pure arte, mas o risco que ele assumiu contra o Tacko foi outra história, quase impossível de reproduzir. Cada vez que lembramos daquelas noites, dá vontade de levantar a mão e aplaudir de pé!

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    Sandra Blanco

    outubro 27, 2025 AT 05:22

    É importante lembrar que, independentemente da pontuação, a ética do esporte exige respeito tanto pelos atletas quanto pelos juízes.

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    Willian Paixão

    outubro 27, 2025 AT 16:29

    Se alguém ainda tem dúvidas, vale assistir aos vídeos completos; assim dá pra ver a diferença de altura e a fluididade dos movimentos. Recomendo conferir a replay oficial.

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    Bruna Oliveira

    outubro 28, 2025 AT 03:36

    O debate em torno da avaliação dos duns transcende o mero espetáculo; trata‑se de uma análise intrínseca dos parâmetros de avaliação, onde a sinergia entre originalidade e execution determina a métrica final.

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    Rayane Martins

    outubro 28, 2025 AT 14:42

    O dunk de 2020 foi mais impactante.

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    gustavo oliveira

    outubro 29, 2025 AT 01:49

    Eu sempre fico maravilhado quando vejo aquela combinação de força e criatividade. É claro que a gente tem que reconhecer o esforço enorme que Gordon fez para superar um gigante como o Tacko.

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    Caio Nascimento

    outubro 29, 2025 AT 12:56

    Ao observar o concurso de 2020, nota‑se, claramente, que a presença de Tacko Fall acrescentou, sem sombra de dúvida, um elemento de desafio, que, por sua vez, elevou o nível de expectativa, tanto dos jurados quanto do público.

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    Rafael Pereira

    outubro 30, 2025 AT 00:02

    Como treinador, vejo nesses duns lições valiosas de perseverança e ousadia; encorajo meus jogadores a estudar cada detalhe e a não ter medo de tentar algo fora da zona de conforto.

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    Naira Guerra

    outubro 30, 2025 AT 11:09

    Embora as discussões sejam acaloradas, mantenho a posição de que ambas as apresentações têm mérito próprio.

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