Quando Luiz Fernando Pacheco, advogado criminalista e fundador do Grupo Prerrogativas, foi encontrado sem vida na esquina da Rua Itambé com a Rua Maranhão, em Higienópolis, São Paulo, a cidade ficou em choque. O crime, classificado como latrocínio, aconteceu no fim de 2025 e reacendeu o debate sobre a segurança nas áreas centrais da capital. A Polícia Civil deteve três suspeitos nos dias que se seguiram, mas perguntas ainda pairam no ar.
Contexto do crime
Na noite de terça‑feira, 30 de setembro de 2025, Pacheco saiu sozinho para beber em um bar da região. Amigos relataram que ele não costuma ficar muito tempo fora, mas naquele dia desapareceu. Três dias depois, o corpo foi encontrado desacordado, ainda com sinais de luta. As câmeras de segurança da Rua Itambé capturaram todo o momento: o advogado, aparentemente desequilibrado, apoiava‑se num poste quando um casal de assaltantes — um homem e uma mulher — se aproximou.
Detalhes da ação violenta
O homem tentou arrebatar o celular, segurando‑o com força. Em seguida, desferiu um soco na cabeça de Pacheco, que caiu e bateu a cabeça no chão. O golpe o deixou inconsciente, permitindo que os criminosos recolhessem o celular, o relógio e outros objetos que estavam nos bolsos da vítima. Uma pessoa que passava por ali socorreu o advogado e o levou ao hospital, mas ele faleceu pouco depois.
Segundo o coordenador do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, "perdemos um dos mais brilhantes, generosos e combativos advogados do país". A declaração ecoou nas redes, onde milhares de colegas compartilharam mensagens de luto e revolta.
Repercussão no meio jurídico
Pacheco não era só mais um profissional; ele defendia figuras de peso, como o ex‑presidente do PT José Genoino, no escândalo do mensalão. Também ocupou dois mandatos como conselheiro da OAB/SP e presidia a Comissão de Direitos e Prerrogativas desde 2022. No Conselho Federal da OAB, ele ajudava a formular políticas de proteção ao exercício da advocacia. Seu falecimento reacendeu um alerta antigo: advogados são alvos frequentes de ataques quando atuam em casos sensíveis.
"É inconcebível que alguém que dedicou a vida ao direito seja abatido assim nas ruas da própria cidade", comentou a presidente da OAB/SP, Maria Clara Lira, em entrevista exclusiva. Ela afirmou que a entidade vai propor medidas de segurança para os profissionais do ramo.
Investigação policial
A Polícia Civil do 4° Distrito Policial da Consolação, responsável pela região, iniciou a investigação como latrocínio — roubo seguido de morte. Na tarde de 3 de outubro, as autoridades prenderam um casal suspeito e, no mesmo dia, detiveram um terceiro homem que teria colaborado com o crime. As imagens de câmeras de segurança ainda estão sendo analisadas para identificar possíveis cúmplices e entender a dinâmica do assalto.
O delegado responsável, Carlos Menezes, declarou que "as evidências são contundentes e esperamos concluir a fase de coleta de provas nas próximas duas semanas". Ele ainda reforçou que a polícia continuará monitorando a área, que tem registrado outros casos de roubo à mão armada nos últimos meses.
Impacto e próximos passos
Além do luto, a morte de Pacheco levanta questões sobre a segurança dos profissionais do direito em áreas centrais de São Paulo. Organizações da classe já sinalizam que vão pressionar o governo municipal a ampliar a iluminação pública e o patrulhamento. Enquanto isso, o velório ocorreu a partir das 10h30 de 3 de outubro no Cemitério da Consolação, com a presença de familiares, colegas e representantes da OAB.
Especialistas em segurança urbana apontam que a combinação de álcool, isolamento e áreas pouco movimentadas à noite cria um ambiente propício a crimes como o que vitimou Pacheco. "É um alerta para que a cidade repense suas políticas de segurança noturna", afirma a criminóloga Ana Paula Fonseca.
Histórico de Luiz Fernando Pacheco
Nascido no interior de São Paulo, Pacheco iniciou sua carreira na década de 1990 e rapidamente se destacou por defender casos de alta complexidade. Seu envolvimento no caso do mensalão, ao lado de nomes como José Genoino, lhe rendeu notoriedade nacional. Em 2022, assumiu a presidência da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB/SP, onde trabalhou na criação de mecanismos de proteção a advogados ameaçados.
Ele também foi vice‑presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e participou ativamente do Conselho Nacional Antidrogas da Presidência da República. A trajetória de mais de 30 anos faz dele um ícone da advocacia brasileira, e sua perda deixa um vazio difícil de preencher.
Perguntas Frequentes
Quem foi Luiz Fernando Pacheco?
Luiz Fernando Pacheco foi um renomado advogado criminalista, fundador do Grupo Prerrogativas, conselheiro da OAB/SP e defensor de figuras políticas como José Genoino. Com mais de 30 anos de experiência, ocupou cargos importantes em instituições como o IDDD e o Conselho Nacional Antidrogas.
Como ocorreu o latrocínio?
Na noite de 30 de setembro, Pacheco foi abordado por um casal de assaltantes na Rua Itambé, em Higienópolis. O homem desferiu um soco que o fez cair e bater a cabeça, deixando-o inconsciente. Os criminosos roubaram celular, relógio e pertences antes de fugir.
Quem foram os suspeitos detidos?
A Polícia Civil prendeu um casal – um homem e uma mulher – na tarde de 3 de outubro, além de um terceiro homem que colaborou com o crime. As identidades completas ainda não foram divulgadas, mas as prisões foram confirmadas pelo 4° Distrito Policial da Consolação.
Qual o impacto desse caso na comunidade jurídica?
O assassinato evidencia a vulnerabilidade de advogados que lidam com casos sensíveis. A OAB/SP prometeu reforçar medidas de segurança e está considerando propostas para melhorar a proteção dos profissionais, incluindo maior vigilância nas áreas centrais da cidade.
O que a polícia está fazendo para evitar novos latrocínios?
A polícia intensificou o patrulhamento no bairro de Higienópolis, instalou câmeras adicionais e está analisando as imagens das gravações já obtidas para identificar possíveis cúmplices. O delegado Carlos Menezes informou que o caso segue em fase de coleta de provas, com expectativa de mais prisões nas próximas semanas.
Victor Vila Nova
outubro 6, 2025 AT 00:56É inadmissível que um profissional tão dedicado à defesa dos direitos seja vítima de violência tão crua. A falta de iluminação adequada e o patrulhamento insuficiente em áreas centrais agravam o risco. A OAB deve pressionar o poder público por medidas imediatas de segurança. Além disso, colegas advogados precisam se unir para exigir proteção institucional. Esperamos que a justiça seja feita com rigor e rapidez.
Ariadne Pereira Alves
outubro 6, 2025 AT 06:29O caso revela falhas na segurança urbana; ao mesmo tempo, evidencia a vulnerabilidade de profissionais do direito, que diariamente enfrentam riscos inesperados, especialmente nas noites de fim de semana. É preciso que as autoridades atuem de forma coordenada, reforçando o policiamento e melhorando a iluminação pública, para evitar novas tragédias.
Marko Mello
outubro 6, 2025 AT 12:02O assassinato de Luiz Fernando Pacheco não é apenas um crime isolado, mas um sintoma de um problema estrutural que afeta a capital paulista. A combinação de áreas pouco movimentadas à noite, consumo de álcool e a sensação de impunidade cria um terreno fértil para a ocorrência de latrocínios. Quando um advogado renomado, conhecido por sua atuação em casos sensíveis, é silenciado, o impacto reverbera em toda a classe jurídica. A polícia tem demonstrado capacidade de rápida captura dos suspeitos, mas a prevenção ainda depende de políticas públicas eficazes. A iluminação pública deficiente nas esquinas da Rua Itambé, apesar de reclamações recorrentes, permanece como um ponto vulnerável. A presença de câmeras de segurança, embora útil para a identificação dos criminosos, não substitui a necessidade de vigilância humana. É imprescindível que o poder público invista em rondas regulares, especialmente em períodos noturnos críticos. A OAB, por sua vez, deve fortalecer seus protocolos de proteção a advogados que lidam com casos de alto risco. A colaboração entre a sociedade civil e as autoridades pode gerar iniciativas de segurança de vizinhança, que já mostraram resultados em outras regiões da cidade. Também se faz necessária uma revisão das leis de porte de arma, para que cidadãos em situações vulneráveis possam contar com medidas de defesa eficazes. A cultura do medo que se instala após um crime desse porte pode desencorajar profissionais a exercerem sua função plena, o que seria um dano ao próprio sistema judicial. Investir em programas de apoio psicológico para colegas que testemunham ou são impactados por tais tragédias é outra medida que precisa ser considerada. As rondas ostensivas precisam ser acompanhadas de treinamento específico para lidar com situações de violência urbana, minimizando riscos de escalada. A comunidade jurídica tem o dever de denunciar quaisquer ameaças que recebam, colaborando ativamente com as investigações. A transparência nas ações policiais, divulgando relatórios de progresso, pode aumentar a confiança da população nas autoridades. Por fim, a memória de Luiz Fernando Pacheco deve servir como estímulo para que a sociedade cobre mudanças concretas, evitando que seu legado seja marcado apenas por tragédia.
Rael Rojas
outubro 6, 2025 AT 17:36É intrínseco à natureza humana perceber a fatalidade como mera consequência de escolhas individuais; todavia, tal visão simplista ignora as complexas interseções entre estrutura social e violência, que se manifestam de forma tão brutal na capital. A obra de Pacheco, embora tida como exemplar, revela a fragilidade do próprio estado de direito quando desamparado por mecanismos de segurança adequadamente instituidoss. Não bastasse o ocorrido, a mídia parece-me mais interessada em sensacionalismo do que em propor soluções reais, como a adoção de políticas urbanas mais eficientes. Em suma, o fato nos obriga a repensar a relação entre poder judiciário e o espaço público, sob pena de perpetuar um ciclo de impunidade e medo.
Barbara Sampaio
outubro 6, 2025 AT 23:09O que podemos fazer imediatamente é solicitar à prefeitura a instalação de iluminação adicional nas esquinas críticas, como a da Rua Itambé, e pressionar por um aumento nas patrulhas noturnas. Também seria útil que a OAB criasse um canal de emergência exclusivo para advogados que se sintam ameaçados, facilitando o reporte rápido de incidentes. Por fim, incentivar a comunidade a participar de grupos de vigilância de bairro poderia reduzir a sensação de vulnerabilidade.
Eduarda Ruiz Gordon
outubro 7, 2025 AT 04:42Vamos lutar por justiça e garantir que nenhum advogado mais seja vítima dessa violência!
Thaissa Ferreira
outubro 7, 2025 AT 10:16O crime evidencia a necessidade urgente de políticas de segurança urbana mais efetivas. A classe jurídica deve se unir para exigir mudanças concretas.
Miguel Barreto
outubro 7, 2025 AT 15:49A tristeza que sentimos diante da perda de um colega tão brilhante é imensa, mas devemos transformar esse luto em ação. Cada advogado tem o dever de apoiar seus pares, seja oferecendo suporte emocional ou participando de campanhas por maior segurança nas ruas. A OAB pode facilitar esse engajamento, criando grupos de apoio e propondo leis que protejam profissionais do direito. Juntos, podemos tornar a cidade mais segura para todos.
Anne Karollynne Castro Monteiro
outubro 7, 2025 AT 21:22Não dá pra acreditar que isso aconteceu aqui, no coração de São Paulo! É como se a cidade estivesse dizendo que até os mais fortes não estão a salvo. Precisamos de mais luzes, mais polícia, e menos gente falando de “é coisa da vida”.
Caio Augusto
outubro 8, 2025 AT 02:56O falecimento de Luiz Fernando Pacheco reforça a urgência de políticas públicas voltadas à proteção de profissionais da justiça. A OAB deve, com apoio institucional, elaborar protocolos de segurança que considerem fatores de risco específicos. Também é essencial que a polícia intensifique o monitoramento em áreas reconhecidass como vulneráveis. Assim, evitaremos que tragédias como esta se repitam.
Erico Strond
outubro 8, 2025 AT 05:42Concordo plenamente com os pontos levantados, especialmente sobre a necessidade de iluminação e patrulhamento; a segurança não pode ser um privilégio de poucos, deve ser garantida a todos 🙂.
Jéssica Soares
outubro 8, 2025 AT 08:29Vocês acham que é só uma questão de “políticas urbanas”, mas esquecem que a raiz do problema está na cultura de impunidade que permeia todo o sistema. Se a gente não mudar a mentalidade das autoridades, nenhuma medida vai adiantar. Além disso, a mídia sempre tenta desviar o foco, então cuidem onde colocam a culpa.
Raquel Sousa
outubro 8, 2025 AT 14:02É tudo papo furado, pra que tanto discurso se a polícia não faz nada! Chega de enrolação, precisamos de ação já.
Trevor K
outubro 8, 2025 AT 19:36Vamos nos mobilizar; a OAB tem que pressionar a prefeitura, e a comunidade jurídica precisa estar unida, afinal, juntos somos mais fortes.
Júlio Leão
outubro 9, 2025 AT 01:09Essa perda dói como um punhal, e cada canto escuro da cidade parece ecoar o grito de quem foi silenciado. A violência que se alastra transforma nossas ruas em telas de horror, mas também acende a chama da resistência. Que a memória de Pacheco nos inspire a lutar contra essa escuridão.
vania sufi
outubro 9, 2025 AT 06:42Precisamos ficar de olho nas áreas menos movimentadas e sempre manter a atenção redobrada à noite.
Flavio Henrique
outubro 9, 2025 AT 12:16É mister reconhecer que a fatalidade que ceifou a vida do ilustre advogado transcende o âmbito meramente criminoso, adentrando a esfera da reflexão ética sobre a proteção das garantias fundamentais. Tal evento impõe à sociedade um imperativo de revisão das políticas de segurança urbana, sob a égide do princípio da dignidade humana. A jurisprudência, ao contemplar a tutela do exercente da advocacia, deve ser catalisadora de medidas preventivas eficazes. Assim, o legislador tem o dever de codificar dispositivos que assegurem a inviolabilidade do profissional do direito em seu ambiente de atuação. Em síntese, a memória de Luiz Fernando Pacheco clama por uma resposta estatal que conjugue justiça, prevenção e respeito irrevogável à ordem jurídica.