Alien: Earth deixa a desejar em suspense e ritmo na Disney Plus

Alien: Earth deixa a desejar em suspense e ritmo na Disney Plus
set 26 2025 Beatriz Oliveira

Quando a Disney Plus anunciou Alien: Earth, a expectativa foi alta. Afinal, nada supera a ideia de levar o universo Alien para o nosso planeta, com a assinatura de Noah Hawley e a presença de Ridley Scott como produtor executivo. Mas, depois de algumas maratonas, a impressão que ficou foi de um visual bonito que não consegue sustentar a tensão que a franquia sempre soube criar.

Estética e produção: onde a série acerta

Os primeiros episódios são um prato cheio para quem curte o visual clássico da saga. A iluminação sombria, o design de produção que remete ao “space‑horror” dos anos 70 e 80, e a fotografia que captura a opressão dos corredores de Prodigy City são dignos elogios. O cenário da cidade isolada funciona como um labirinto onde o medo poderia crescer a cada esquina.

Os efeitos práticos recebem menções positivas: as criaturas que aparecem nas sombras têm textura e detalhe que lembram os modelos de silicone da origem da série. No entanto, a mistura de CGI e prática nem sempre cola; em alguns momentos, a criatura parece saída de um filme de terror genérico, perdendo a ameaça calculada que definiu o xenomorfo.

A atuação de Sydney Chandler como Wendy, a híbrida humana‑alienígena, merece destaque. Ela entrega momentos de vulnerabilidade e força que, por si só, poderiam sustentar boas tramas. Mas, sem o suporte de um roteiro consistente, até mesmo uma performance marcante tem seu brilho ofuscado.

Roteiro, ritmo e falta de suspense: os pontos críticos

Roteiro, ritmo e falta de suspense: os pontos críticos

O que realmente atrapalha a série é a escrita. Os personagens frequentemente tomam decisões que parecem feitas só para avançar a trama, ignorando lógica ou provocando buracos que tiram o espectador da imersão. Em vez do clássico “slow‑burn” que fazia o coração acelerar, aqui a história avança em ritmo forçado, quase como se quisesse chegar ao clímax o quanto antes.

Essa pressa afeta diretamente o suspense. Nos filmes originais, cada corredor escuro, cada porta fechada, era um convite ao medo. Em Alien: Earth, cenas que poderiam ser tensas são diluídas por diálogos explicativos demais e por cortes rápidos que não deixam a ansiedade crescer. O resultado? O terror parece substituído por sustos baratos, típicos de produções direcionadas a um público mais jovem.

  • Decisões de personagens sem fundamento lógico;
  • Plot twists que mais parecem conveniências de roteiro;
  • Falta de construção gradual do medo;
  • Inconsistências visuais entre efeitos práticos e CGI.

Além disso, a série tenta equilibrar a ação com a exploração psicológica dos híbridos, mas essa camada nunca é aprofundada. A ideia de humanos carregando parte do DNA alienígena abre caminho para debates sobre identidade, culpa e sobrevivência – temas que poderiam ter sido o coração da trama. Em vez disso, esses conceitos ficam na superfície, como uma pista de corrida que nunca completa a volta.

Outro ponto que gera frustração é a aparente tentativa de adaptar o tom para adolescentes. O humor leve que surge em alguns momentos e as trocas de fala simplificadas dão a sensação de que o seriado quer ser um “young adult” de terror, mas sem o cuidado necessário para manter a complexidade que os fãs de longa data esperam.

Mesmo com direção e edição que buscam imitar o estilo de Ridley Scott, a entrega final parece mais um tributo falho do que uma continuação digna. O ritmo irregular, aliado a falhas de escrita, faz com que a série se perca entre cenas bem produzidas e momentos que simplesmente não entregam a tensão necessária.

Para quem acompanha a franquia desde o primeiro filme, Alien: Earth chega como uma lembrança amarga de oportunidades perdidas. A produção investiu em estética e em um elenco capaz, mas não conseguiu transformar esses recursos em uma experiência que mantivesse viva a essência de terror psicológico que definiu Alien como ícone do cinema.

8 Comentários

  • Image placeholder

    Michelly Braz

    setembro 27, 2025 AT 14:05

    Visually stunning, sure. But after the third episode, I just kept waiting for something to happen. And nothing did. I mean, I paid for suspense, not a slow-motion art exhibit with alien makeup.

    Wendy’s performance? 10/10. The writing? 3/10. The rest is just pretty packaging for a hollow core.

  • Image placeholder

    Ciro Albarelli

    setembro 29, 2025 AT 13:36

    While I appreciate the aesthetic homage to the original films, the narrative structure of Alien: Earth fundamentally misunderstands the psychological tension that defined the Alien franchise. The slow-burn methodology is not merely a stylistic choice-it is an existential imperative for the genre. The overreliance on CGI, inconsistent character motivation, and premature climaxes undermine the very ethos of cosmic horror. A more disciplined approach to pacing and thematic depth could have elevated this into a canonical extension of the mythos.

  • Image placeholder

    Tiago Augusto Tiago Augusto

    outubro 1, 2025 AT 01:01

    They got the look right but forgot the feel 😔
    Wendy was fire. The rest? Meh.

  • Image placeholder

    maria eduarda ribeiro

    outubro 1, 2025 AT 17:13

    Oh wow, a sci-fi show where people walk around like they’re in a Walmart at 2 a.m. and suddenly a monster pops out. Groundbreaking.
    Who wrote this? Someone who thinks ‘tension’ means louder music and faster cuts?

  • Image placeholder

    Juraneide Mesquita

    outubro 3, 2025 AT 02:26

    Actually, I liked it. You guys are overreacting. It’s not supposed to be Alien 1979. It’s a new take. Maybe you’re just mad it’s not a remake of the first movie.
    Also, the CGI wasn’t that bad. You’re just salty because it’s not your childhood.

  • Image placeholder

    Marcus Davidsson

    outubro 3, 2025 AT 22:35

    Bro the aliens looked like they were made in a garage with a 3D printer and some glitter 🤡
    And why does everyone talk like they're in a teen drama? 😭
    Wendy was the only thing keeping me awake.

  • Image placeholder

    Paulo Sette

    outubro 4, 2025 AT 12:03

    So you’re telling me they spent millions on production design, hired a brilliant actress, and then wrote the script like it was a school project due at midnight?
    Classic. 🤦‍♂️
    At least the shadows looked expensive.

  • Image placeholder

    Nath Andrade

    outubro 5, 2025 AT 00:43

    The series attempts a postmodern deconstruction of the xenomorph mythos but lacks the intellectual rigor to sustain it. The visual language is derivative, the psychological dimensions superficial, and the narrative trajectory pedestrian. One cannot merely replicate the aesthetic of Scott’s original and expect profundity. This is not evolution-it’s nostalgia cosplay with a budget.
    Still, Wendy’s performance? A glimmer of something transcendent. The rest? A museum exhibit of missed potential.

Escreva um comentário