Oman estende feriado da Independência para 6 dias em 2025 com decreto real

Oman estende feriado da Independência para 6 dias em 2025 com decreto real
nov 10 2025 Beatriz Oliveira

Em um movimento inédito que altera décadas de tradição, o Sultanato de Omã anunciou um feriado prolongado de seis dias para celebrar sua Independência em 2025. O Sultan Haitham bin Tarik assinou o Decreto Real No. 15/2025 em 21 de janeiro, que não apenas altera a data oficial da celebração, mas também cria um período contínuo de descanso para cerca de 5 milhões de habitantes — incluindo 2,2 milhões de cidadãos omanitas e 2,8 milhões de expatriados. O feriado nacional, antes celebrado em 18 de novembro, passa a ser oficialmente observado em 20 e 21 de novembro, enquanto os dias 26 e 27 de novembro foram declarados feriados adicionais apenas para este ano, formando uma pausa ininterrupta que termina com o fim de semana de 28 e 29. O trabalho retorna no dia 30. É como se o país tivesse decidido: não basta comemorar a história — vamos viver ela por uma semana inteira.

Por que mudar a data da Independência?

A mudança não é arbitrária. Historicamente, o dia 18 de novembro marcava a expulsão das forças portuguesas de Mascate em 1650, liderada pelo Imam Sultan Bin Saif. Mas por anos, o feriado foi deslocado para o final do mês, não por esquecimento, mas por conveniência. O dia 19, que comemorava o aniversário do falecido Sultan Qaboos, também era feriado. Juntos, os dois dias criavam um bloqueio de festividades que, em muitos anos, caía no meio da semana — e aí, o governo simplesmente os empurrava para a sexta-feira e sábado seguintes. Agora, com o Decreto Real No. 15/2025, o governo oficializa o que já era prática: a Independência será sempre celebrada em 20 e 21, independentemente do dia da semana. É uma forma de modernizar a memória coletiva sem apagar a história.

Como o feriado de 2025 foi planejado?

O que torna 2025 especial é a coincidência perfeita entre a nova data e o calendário. Com os dias 20 e 21 caindo em quinta e sexta, o governo decidiu dar mais dois dias — 26 e 27 — para que o trabalhador omanita pudesse ter um descanso de seis dias corridos: quinta (20), sexta (21), sábado (22), domingo (23), segunda (26) e terça (27). Aí vem o fim de semana de 28 e 29, e tudo volta ao normal na quarta, dia 30. É um presente de fim de ano antes da hora. E não é só um gesto simbólico: nas estradas do interior, especialmente entre Mascate, Salalah, Sohar e Nizwa, o trânsito explode. É o momento em que famílias se reúnem, onde filhos que moram na capital voltam para as aldeias natais, onde avós preparam o café de jasmim e os homens exibem seus camelos nas corridas tradicionais.

As celebrações: entre tradição e modernidade

As festividades são uma mistura de emoção e orgulho nacional. Estudantes cantam o hino nacional, "Salâm as-Solṭâni", com vozes que tremem de emoção. As cidades se vestem de vermelho, branco e verde — as cores da bandeira omanita. Em Mascate, os palácios e mesquitas são iluminados como se fossem velas em uma noite de lua cheia. A festa marítima, que ocorre nas praias de Muscat, reúne barcos tradicionais de madeira chamados "dhow" e apresentações de dança do deserto. A cada cinco anos, há um desfile militar de grande escala, com tanques, aeronaves e tropas em formação perfeita. Em 2025, por coincidência, será um ano de desfile. O que antes era um simples feriado tornou-se um festival nacional de quase uma semana.

Um movimento dentro da Visão 2040

Essa mudança não surge do nada. Ela é parte da Visão Omã 2040, o plano estratégico do sultão para transformar o país de uma economia dependente de petróleo em um centro de turismo, logística e inovação sustentável. Ao oferecer um feriado mais longo, o governo estimula o consumo interno: famílias viajam, compram roupas tradicionais, comem em restaurantes locais, participam de feiras artesanais. Isso ajuda pequenos negócios — e, indiretamente, reduz a pressão sobre o mercado de trabalho. Além disso, ao unificar os feriados nacionais em uma única janela, o governo simplifica a gestão para empresas e instituições públicas. O Ministério da Função Pública e o Ministério do Trabalho já ajustaram seus regulamentos. O Diário Oficial do Sultanato de Omã (Edição 1581), publicado em 26 de janeiro, tornou tudo oficial.

Reação da população e desafios futuros

As redes sociais explodiram com postagens de agradecimento. "Finalmente, um feriado que me permite visitar minha avó em Salalah sem precisar pedir folga extra", escreveu Fatima Al-Maamari, uma professora de Mascate. Mas nem tudo é perfeito. Empresas privadas menores, especialmente no setor de serviços, reclamam da perda de produtividade. Alguns economistas apontam que, embora o impacto na economia seja positivo no curto prazo, a repetição anual de feriados prolongados pode pressionar os setores que não podem parar — hospitais, transporte, segurança. Ainda assim, a maioria dos omanitas vê isso como um sinal de que o governo finalmente entende: festas nacionais não são só sobre bandeiras e discursos. São sobre tempo. Tempo com a família. Tempo para respirar.

O que vem depois?

A partir de 2026, o feriado será fixo em 20 e 21 de novembro — sem mais extensões. Mas o precedente está criado. Se o governo quiser, poderá, a cada cinco anos, adicionar um dia extra para alinhar com o fim de semana. Isso torna o calendário mais flexível, mais humano. E talvez, um dia, o sultão decida que o aniversário de Qaboos também mereça seu próprio dia — sem precisar se agarrar ao da Independência. Por enquanto, o que importa é que, em 2025, Omã não apenas celebrou sua independência. Ele a viveu.

Frequently Asked Questions

Por que o feriado da Independência foi mudado de 18 para 20 de novembro?

A mudança foi feita para alinhar a data oficial com a prática que já vinha sendo adotada nos últimos anos — deslocar o feriado para o final de novembro, quando cai próximo ao fim de semana. O dia 18 de novembro, embora historicamente significativo por marcar a expulsão dos portugueses em 1650, frequentemente caía em dias úteis, reduzindo o impacto da celebração. A nova data, 20 de novembro, garante que o feriado seja sempre em um contexto mais favorável para o descanso coletivo, sem apagar a memória histórica.

Quem se beneficia com o feriado prolongado de 2025?

Todos os trabalhadores do setor público e privado no Sultanato de Omã se beneficiam — cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo 2,2 milhões de cidadãos e 2,8 milhões de expatriados. A extensão permite que famílias viajem para o interior, movimentem a economia local e reforcem laços culturais. Empresas de turismo, transporte e comércio também veem aumento de receita, especialmente em cidades como Salalah e Nizwa, onde os visitantes se concentram.

O feriado de 26 e 27 de novembro será permanente?

Não. Essa extensão é exclusiva para 2025, criada para aproveitar a coincidência entre os novos dias oficiais (20-21) e o fim de semana. A partir de 2026, o feriado será fixo em 20 e 21 de novembro, sem dias adicionais, a menos que o governo decida, por decreto, estendê-lo novamente em anos futuros — algo que pode ocorrer se houver um desfile militar ou outro evento de grande escala.

Como a mudança impacta a economia de Omã?

O impacto econômico é positivo no curto prazo: consumo interno aumenta em até 18% durante o período, segundo estimativas do Ministério do Comércio. Pequenos empreendedores, artesãos e transportadores locais veem um boom nas vendas. A longo prazo, a medida reforça a Visão 2040 ao promover coesão social e qualidade de vida — fatores essenciais para atrair talentos e investimentos. O desafio é equilibrar o descanso com a produtividade em setores críticos, como saúde e segurança.

O que é a Visão Omã 2040 e como isso se relaciona com o feriado?

A Visão Omã 2040 é o plano estratégico do sultão Haitham bin Tarik para diversificar a economia, reduzir a dependência do petróleo e investir em turismo, logística e tecnologia. A reestruturação dos feriados faz parte dessa visão ao valorizar o bem-estar social e a identidade cultural — pilares fundamentais para manter a estabilidade interna enquanto o país se moderniza. Feriados mais longos e bem planejados aumentam a satisfação da força de trabalho, o que, por sua vez, melhora a produtividade e reduz a fuga de talentos.

Quais são os principais eventos durante o feriado da Independência?

As principais atrações incluem desfiles militares (a cada cinco anos), corridas de camelos, apresentações de danças tradicionais como o "al-yowla", o Festival Marítimo em Mascate com barcos dhow, e a iluminação de monumentos históricos. Escolas e universidades realizam cerimônias com o hino nacional, e famílias se reúnem para jantares tradicionais com pratos como "shuwa" e "harees". Em 2025, por ser ano de desfile, os eventos serão ainda mais grandiosos, com participação de tropas de países aliados.

19 Comentários

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    Francini Rodríguez Hernández

    novembro 10, 2025 AT 22:07
    MEU DEUS QUE FERIADO! Eu vou pedir demissão e me mudar pra Omã só pra curtir isso. Ninguém merece trabalhar sem uma semana inteira de folga, sério.
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    Manuel Silva

    novembro 12, 2025 AT 15:21
    legal isso aí, mas e os trabalhadores que não podem parar? tipo enfermeiros, policial, motorista de ambulância... eles tbm merecem descanso, mas não tem como dar 6 dias pra todo mundo. Acho que o governo deveria ter feito rodízio.
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    Flávia Martins

    novembro 12, 2025 AT 15:30
    isso é tipo o brasil mas com mais organização kkkk eu nunca vi um feriado tão bem planejado aqui, sempre cai na terça e vira um saco
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    José Vitor Juninho

    novembro 13, 2025 AT 18:03
    É bonito ver um país valorizando o tempo das pessoas, não só o trabalho. A gente esquece que feriado não é só data no calendário... é momento pra respirar, pra estar com quem a gente ama. Isso aqui é mais que política, é humanidade.
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    Maria Luiza Luiza

    novembro 13, 2025 AT 19:30
    ah sim, claro, 6 dias de folga... enquanto os pobres que trabalham no comércio perdem grana. O que o sultão faz é um show de marketing, não um gesto de justiça social. Eles só querem que a gente compre mais e fique quieto.
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    Sayure D. Santos

    novembro 15, 2025 AT 12:19
    A integração entre tradição e modernidade nesse decreto é fascinante. A Visão 2040 está alinhada com paradigmas de bem-estar coletivo que poucos países implementam com tanta coerência. O feriado não é um privilégio, é um indicador de maturidade institucional.
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    gustavo oliveira

    novembro 17, 2025 AT 04:16
    Eu fui em Omã uma vez, e o clima lá é tipo um mix de Dubai com o interior do Ceará, mas mais tranquilo. As pessoas são super acolhedoras, e o café de jasmim? Meu Deus, é outro nível. Se alguém me convidar pra lá em 2025, eu vou sem pensar.
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    Caio Nascimento

    novembro 19, 2025 AT 00:41
    Isso é ótimo... mas e a sustentabilidade? Se todo ano o país para por seis dias, como isso afeta o consumo de energia? E o lixo? E o transporte? Acho que precisamos pensar além da emoção...
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    Rafael Pereira

    novembro 19, 2025 AT 04:51
    Pessoal, não esqueçam que isso é um gesto de liderança. O governo está dizendo: 'vocês merecem mais do que um dia'. Isso não é só folga, é reconhecimento. E se os pequenos negócios sofrem, é papel da sociedade apoiar eles nesse momento. Vamos celebrar, mas também cuidar.
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    Naira Guerra

    novembro 20, 2025 AT 14:10
    Mais um país que usa festa pra esconder problemas reais. Enquanto isso, o salário mínimo em Omã é um quinto do nosso, e eles ainda têm que pagar imposto sobre o café. Isso é ilusão de prosperidade.
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    Gustavo Junior

    novembro 22, 2025 AT 12:15
    Se o governo pode decidir que o feriado é de 6 dias, pode também decidir que o salário é de 60%... e aí? Isso não é generosidade, é manipulação. Eles querem que vocês fiquem felizes enquanto o resto do sistema continua o mesmo.
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    Henrique Seganfredo

    novembro 23, 2025 AT 03:59
    Brasil? Não. Omã? Sim. Porque eles têm ordem. Eles têm história. Eles têm respeito. Nós temos... reclamação no Twitter.
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    Marcus Souza

    novembro 24, 2025 AT 08:49
    vocês sabem que o povo de omã tem uma cultura de respeito tão forte que até os turistas ficam em silêncio nos lugares sagrados? isso aqui não é só feriado, é um jeito de viver. eu fiquei emocionado só de ler isso
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    Leandro Moreira

    novembro 25, 2025 AT 23:11
    6 dias? Sério? E o que eu faço se meu chefe não me der folga? E se eu tiver que trabalhar no sábado? E se eu não tiver dinheiro pra viajar? Isso é só para os ricos. O resto da população vai continuar na luta.
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    Geovana M.

    novembro 27, 2025 AT 09:28
    tipo, eu to aqui no brasil com 3 dias de feriado e o governo ainda tá discutindo se o dia da consciência negra é feriado nacional... e eles dão 6 dias de folga por causa de um decreto? isso é ridículo.
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    Carlos Gomes

    novembro 28, 2025 AT 20:40
    O decreto é tecnicamente impecável. A escolha dos dias 26 e 27 como extensão é matematicamente inteligente: permite a construção de um bloco de seis dias corridos sem quebrar a sequência do calendário. Além disso, a fixação de 20-21 como data oficial resolve a instabilidade histórica. A Visão 2040 está sendo executada com precisão cirúrgica.
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    MAYARA GERMANA

    novembro 29, 2025 AT 23:48
    ah sim, claro, 6 dias de folga... enquanto eu tenho que trabalhar 12 horas por dia pra pagar conta de luz. Eles tem desfile militar, eu tenho desfile de boleto vencido. Essa é a diferença entre um país rico e um país que acha que é rico.
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    Flávia Leão

    dezembro 1, 2025 AT 17:43
    o feriado é só um reflexo da alienação moderna. enquanto o povo celebra, o sistema continua. o sultão não está dando tempo, ele está comprando silêncio. a independência real é não precisar de feriado pra sentir-se livre.
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    Cristiane L

    dezembro 2, 2025 AT 23:44
    e o que acontece com os expatriados? eles também têm direito a esse feriado? porque se for só para cidadãos, aí vira discriminação. e se for pra todos, o governo não tá perdendo muito dinheiro com pagamento de horas extras?

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