Se tem algo que tem mexido com a gente nos últimos tempos são os aumentos inesperados no preço do arroz, feijão e até da carne. Essa onda de alta não é sorte nem coincidência: estamos vivendo uma crise alimentar que afeta desde o produtor rural até o consumidor final. Neste artigo vamos explicar o que está por trás desse problema e dar dicas simples para você não ficar na mão.
Primeiro, o clima. Secas prolongadas no Nordeste e chuvas excessivas no Sul acabam atrapalhando a colheita e geram perdas de produção. Depois, a logística: estradas em mau estado, portos congestionados e falta de caminhões aumentam o custo para levar o alimento do campo até a mesa. Por último, a inflação. Quando o real perde força, tudo fica mais caro, inclusive os insumos agrícolas, que são comprados em dólares.
O efeito direto é o aumento dos preços nas prateleiras. Mas tem outro ponto que costuma passar despercebido: o desperdício. Quando os alimentos ficam mais caros, muitas famílias acabam comprando só o essencial e jogam fora o que sobra. Isso cria um ciclo de escassez ainda maior. Além disso, a crise pode levar a racionamento, como o que vimos em algumas regiões durante a pandemia, quando lojas limitam a quantidade que cada pessoa pode levar.
Mas calma, nem tudo está perdido. Existem atitudes que você pode adotar agora mesmo para reduzir o impacto da crise alimentar. A primeira delas é diversificar a compra: inclua alimentos da estação, que costumam ser mais baratos e frescos. Aproveite feiras locais, onde o preço costuma ser mais justo e você ainda ajuda o produtor da sua região.
Outra dica prática é planejar as refeições da semana. Quando você tem um cardápio definido, evita comprar itens desnecessários que acabam estragando. Use listas de compras e siga-as à risca – isso corta o impulso de levar coisas que você nem vai usar.
Não deixe de guardar alimentos de forma correta. Armazenar arroz, feijão e farinha em recipientes bem fechados prolonga a vida útil e impede perdas por insetos. Se possível, congele porções de carne ou legumes que você comprou em promoção; assim você tem alimentos prontos para usar quando os preços subirem.
Por fim, pense em alternativas de produção caseira. Um hortinha no quintal ou até em vasos pode garantir verduras frescas e reduzir a dependência do mercado. Até mesmo algumas ervas aromáticas são fáceis de cultivar e dão um up nas receitas sem custo extra.
Resumindo, a crise alimentar tem raízes no clima, na logística e na economia, mas você pode minimizar seus efeitos com compras inteligentes, planejamento e aproveitamento dos recursos que tem em casa. Fique atento às notícias, compare preços e, se possível, apoie o produtor local. Assim, você protege seu bolso e ajuda a tornar a cadeia alimentar mais resistente para todos.
O padre Pio Wakussanga, coordenador da ONG Plataforma Sul, renovou alertas sobre a fome que assola o sul de Angola. A seca prolongada, agravada pelas mudanças climáticas, deixou quase dois milhões de pessoas sem alimento. Ele pede estado de emergência e mobiliza a sociedade para doações, enquanto jovens migram para a Namíbia em busca de trabalho.
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