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Literatura Sul‑Coreana: Guia rápido para quem quer começar a ler

Se você acha que a literatura coreana é só drama de TV, está na hora de mudar isso. Existem romances, contos e poesias que falam de história, tecnologia e da vida cotidiana com uma voz única. Este guia reúne o que você precisa saber para entrar nesse universo sem complicação.

De onde tudo começou

A tradição escrita na Coreia tem raízes que vão até o século IV, mas o que costuma ser chamado de literatura sul‑coreana moderna começa no final do século XIX, quando o país abriu as portas para o Ocidente. Escritores como Yi Sang e Kim Tong-in misturaram influências ocidentais com o sentimento nacionalista, criando obras que ainda são estudadas nas universidades.

Na década de 1950, a Guerra da Coreia dividiu o país e também dividiu a produção literária. Enquanto o Norte se focou em propaganda, o Sul passou a explorar temas como o trauma da guerra, a urbanização rápida e o conflito entre tradição e modernidade.

Autores e obras que você pode ler hoje

Se quiser começar de forma prática, escolha um autor contemporâneo. Han Kang, vencedora do Man Booker International, escreveu “A Vegetal”, que mistura ficção científica e reflexões sobre o corpo humano. Outra opção é Park Min-gyu**, autor de “Pachinko”, que traz a saga de uma família coreana na diáspora japonesa.

Para quem curte contos curtos, Kim Young-ha tem a coletânea “Café em Atenas”, cheia de personagens que vivem na Coreia urbana e questionam o sentido da vida em um mundo conectado. Já Shin Kyung-sook** é famosa por “A Florista”, um romance que narra a vida de uma mulher simples que descobre seu poder de mudar a própria história.

Se o seu gosto vai mais para a poesia, não perca Yi Sang – seus poemas são experimentais, cheios de imagens que parecem pinturas. A versão em português de “Poemas de Luta” está disponível em várias livrarias online.

Além dos livros, muitos desses autores têm adaptações para séries e filmes, o que pode ser uma porta de entrada. Por exemplo, “A Vegetal” já tem roteiro de cinema em desenvolvimento, e “Pachinko” foi transformado numa série da Apple TV+, ajudando a divulgar a literatura coreana ao público internacional.

Para encontrar traduções de qualidade, procure editoras como Companhia das Letras, Alfaguara ou Europa. Elas costumam publicar edições anotadas, o que ajuda a entender referencias culturais que podem passar despercebidas.

Se quiser participar de discussões, siga blogs e podcasts de literatura asiática. Muitos criadores de conteúdo lançam resenhas semanais de obras coreanas, explicando contextos históricos e comparando com autores ocidentais.

Por fim, lembre‑se que a literatura sul‑coreana está em constante mudança. Autores jovens como Lee Hyun‑joo** e Cho Nam‑jo já estão surgindo nas listas de “novas vozes”. Ficar de olho nas premiações sul‑coreanas, como o Premio Yi Sang, ajuda a descobrir esses talentos antes que se tornem mainstream.

Pronto para abrir um livro? Pegue um dos títulos citados, explore a tradução que mais se encaixa no seu estilo e mergulhe na riqueza da literatura sul‑coreana. Você vai perceber que, além dos K‑dramas, há um mundo inteiro de histórias esperando por você.

Han Kang: Escritora Sul-Coreana Faz História ao Conquistar o Prêmio Nobel de Literatura
out 11 2024 Beatriz Oliveira

Han Kang: Escritora Sul-Coreana Faz História ao Conquistar o Prêmio Nobel de Literatura

Han Kang, escritora sul-coreana nascida em Gwangju em 1970, torna-se a primeira do país a vencer o Prêmio Nobel de Literatura. Com uma prosa poética intensa, sua obra aborda traumas históricos e a fragilidade da vida humana. A Academia Sueca destaca sua compreensão única das relações entre corpo e alma, vivos e mortos, além de seu estilo inovador. O reconhecimento deve elevar o interesse pela literatura asiática.

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