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Seca no sul de Angola: o que está acontecendo e como enfrentar

A seca que tem castigado o sul de Angola não é só falta de chuva. Ela é resultado de um conjunto de fatores que vão desde a mudança climática até a degradação do solo. Para quem vive na região, a falta de água significa colheitas perdidas, limite ao consumo doméstico e aumento da vulnerabilidade social.

Primeiro, vale explicar por que a precipitação caiu tanto. Nos últimos cinco anos, o padrão de chuvas na província de Cuando Cubango e em parte de Namibe mudou. As frentes frias que antes traziam pancadas regulares passaram a ser menos frequentes, e a temperatura média subiu cerca de 1,2°C. Esse aumento acelera a evaporação e deixa o solo ainda mais seco.

Impactos diretos na população e na economia

Os agricultores são os mais atingidos. Sem água para irrigar, a produção de milho, feijão e mandioca despenca. Famílias que dependem da agricultura de subsistência veem o alimento diário desaparecer, o que eleva o risco de insegurança alimentar. Além disso, a pecuária sofre: o gado perde pastagens e a taxa de mortalidade sobe.

Nas cidades, a situação também é crítica. Reservatórios que abastecem Luena e Menongue estão com níveis abaixo de 30% da capacidade. O racionamento de água adota-se em algumas áreas, e o custo da água tratada sobe, pressionando ainda mais quem já tem renda limitada.

O que está sendo feito?

O governo angolano lançou o Programa de Mitigação da Seca (PMS) em 2023. Entre as ações, destacam‑se a construção de pequenos reservatórios de contenção, a revitalização de poços artesianos e a promoção de técnicas de agricultura de conservação, como o plantio direto e a rotação de culturas.

Organizações não governamentais estão atuando com projetos de captação de água da chuva em escolas e postos de saúde. Essas estruturas simples, feitas com material local, já garantem água potável para centenas de moradores durante os períodos mais críticos.

Além disso, há um esforço para introduzir variedades de sementes mais resistentes à seca. Essas sementes conseguem germinar com menos água e produzem grãos mesmo em condições adversas, ajudando a reduzir a perda total da colheita.

Um ponto que ainda precisa de mais atenção é a educação da população sobre o uso racional da água. Campanhas de conscientização têm sido realizadas nas rádios locais, mas ainda é preciso expandir essas ações para escolas e grupos comunitários.

Se você mora no sul de Angola ou tem interesse na região, a primeira coisa a fazer é procurar informações nos centros de extensão rural. Eles oferecem orientações sobre técnicas de irrigação por gotejamento, que economizam água e aumentam a produtividade.

Por fim, lembre‑se de que a seca é um problema que afeta todo o planeta. Cada ação local – desde economizar água em casa até apoiar projetos comunitários – ajuda a reduzir o impacto e a construir resiliência para o futuro.

Fome no Sul de Angola: Padre Pio alerta sobre crise humanitária que já afeta quase 2 milhões
set 24 2025 Beatriz Oliveira

Fome no Sul de Angola: Padre Pio alerta sobre crise humanitária que já afeta quase 2 milhões

O padre Pio Wakussanga, coordenador da ONG Plataforma Sul, renovou alertas sobre a fome que assola o sul de Angola. A seca prolongada, agravada pelas mudanças climáticas, deixou quase dois milhões de pessoas sem alimento. Ele pede estado de emergência e mobiliza a sociedade para doações, enquanto jovens migram para a Namíbia em busca de trabalho.

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